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CRÍTICA DE CINEMA


Paulinho da Viola, Meu Tempo é Hoje
(Documentário, Brasil, 2003)

Jorge Tadeu da Silva

Paulinho da Viola diz que se preocupa pouco com o tempo. Mas é sua relação com ele – tema tão presente em sua obra – que inspira e conduz o documentário e conta a história de um dos maiores nomes da música popular brasileira.

A idéia central do filme “Paulinho da Viola, Meu tempo é hoje” surgiu de uma das várias conversas do cantor e compositor com o jornalista Zuenir Ventura – que colaborou com o roteiro – e os cineastas João Moreira Salles e Izabel Jaguaribe, fã confessa do artista e que assina a direção do documentário.

Todo o processo de produção do documentário durou dois anos, de filmagem foi quase um. Detalhes curiosos da vida do compositor, que em novembro completa 61 anos, são revelados. Um deles é uma paixão de Paulinho por restaurar carros antigos, mantidos pelo artista em um depósito na Barra da Tijuca.

Mas ele confessou que não gostou muito de ver sua mania de montar (e desmontar) carros na tela, porque ele não dedica mais seu tempo a isso.

Outro aspecto capturado pelas lentes de Izabel foi o gosto do compositor pela marcenaria. No filme, Paulinho mostra que um martelo é tão importante em sua vida como um violão ou cavaquinho.

No longa-metragem, o pai de Paulinho, o violonista César Faria, do conjunto de choro “Época de Ouro”, lembra que o filho respirou música desde garoto. Um tempo em que a casa dos Faria, no bairro de Botafogo, era freqüentada por Jacob do Bandolim, Altamiro Carrilho e Pixinguinha.

Paulinho achava que ia estudar contabilidade e tocar apenas por prazer. Chegou a trabalhar como auxiliar de contador, mas não demorou muito para ser sambista em tempo integral, contrariando a vontade do pai, como canta nos versos de 14 Anos, presente no filme.

O documentário intercala cenas do cotidiano de Paulinho – do passeio por um sebo no centro do Rio ao jogo de sinuca com os amigos e o café da manhã em família – com encontros musicais com Marisa Monte, Marina Lima, o parceiro Elton Medeiros, a Velha Guarda da Portela, que acolheu e conquistou o coração do sambista, além de uma roda de samba no sítio de Zeca Pagodinho.

É com Marisa Monte que Paulinho vive um dos momentos mais comoventes do filme, cantando Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro, escolhida por ele como a melhor canção de todos os tempos.

Ficha Técnica:

Paulinho da Viola, Meu Tempo é Hoje
(Paulinho da Viola, Meu Tempo é Hoje, Brasil, 2003)
Elenco: Paulinho da Viola, Marisa Monte, Marina Lima, Elton Medeiros, Zeca Pagodinho.
Roteiristas: Zuenir Ventura, Izabel Jaguaribe, Joana Ventura.
Diretora: Izabel Jaguaribe
Gênero: Documentário
Duração: 83 min
Distribuidora: Videofilmes
Produtora: Videofilmes


Setembro / 2003
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