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ACONTECEU

 
Aqui nesta página você encontrará fatos importantes ou curiosos que despertaram a atenção de todos.
São registros jornalísticos abordando temas ocorridos no passado relacionados ao mês presente.

Outubro


O ACIDENTE DA TAM E O ASSASSINATO DE WLADIMIR HERZOG


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A tragédia do vôo 402


Jorge Tadeu da Silva

O maior acidente em área urbana do Brasil ocorreu no dia 31 de outubro de 1996 com um Fokker 100 da TAM. Noventa e nove pessoas morreram. O vôo 402 saiu do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com destino ao Rio de Janeiro, às 8h26. Foram apenas 25 segundos da decolagem à explosão, dois quilômetros adiante. O avião se chocou sobre diversas casas no Jabaquara, zona sul paulistana.

Três pessoas em solo foram atingidas e morreram carbonizadas, assim como todos os 96 ocupantes do aparelho. A causa inicial foi a abertura do reverso — peça que serve para frear o avião durante o pouso jogando o fluxo do jato para a frente — em pleno ar em função de uma falha de projeto.

 

 

Mas quem ou o quê realmente derrubou o Fokker da TAM?

O professor de Engenharia aposentado Fernando Lobo Vaz de Mello que perdeu um filho, também engenheiro, de 27 anos, no vôo 402 da TAM, nunca se conformou com a conclusão de que o avião foi derrubado por um relé defeituoso que acionou a reversão de uma turbina na hora da decolagem. Pesquisou os relatórios oficiais sobre o acidente (recorreu à Justiça para obter uma cópia, censurada pelas autoridades) e chegou à conclusão de que o Fokker da TAM teria subido se os pilotos tivessem seguido o manual.

O professor Mello divulgou um estudo por ele realizado sobre o acidente. Seus pontos mais importantes:

“Após uma pesquisa detalhada desse documento, obteve-se um conjunto de dados que mostra o que realmente aconteceu no vôo 402 e que ultrapassa a meia verdade de um simples relé defeituoso. Durante a operação de taxiamento do vôo 402, a aeronave emitiu dois alarmes sonoros indicativos de problemas, ignorados pela tripulação, o mesmo acontecendo quando pela terceira vez soou um alarme na cabine, durante o início da corrida de decolagem. Caso a tripulação tivesse considerado quaisquer desses alarmes, teria condição de retornar e estacionar a aeronave com segurança. Imediatamente após a decolagem, o relé defeituoso causou uma abertura do reverso do motor direito. Essa anomalia e os procedimentos que a aeronave executa automaticamente para contorná-la, permitindo que o vôo prossiga em segurança, constam no seu manual de operação.

Quando o reverso é inadvertidamente aberto em vôo, a potência do respectivo motor é automaticamente cortada, ficando disponível para a sua operação outro motor, que é suficiente para um vôo seguro, mesmo durante a decolagem.

Contrariando a recomendação de que as ações corretivas de vôo só devem ser tomadas acima de 1000 pés de altura, a tripulação tentou pretensamente solucionar a anomalia causada pela abertura do reverso do motor direito, que não foi por ela reconhecida, abaixo de 1000 pés de altura. A altura máxima atingida durante o vôo 402 foi cerca de 200 pés. A tripulação, para eliminar a ação do travamento automático da alavanca de aceleração do motor defeituoso, forçou essa alavanca três vezes, terminando por romper seu acionamento. Paralelamente à ruptura do cabo, um dos tripulantes diminuiu de maneira inconseqüente a potência do motor esquerdo, o único então em operação normal. O desconhecimento da tripulação sobre o que ocorria culminou na perda de controle da aeronave.”

Nenhum jornal se interessou pelas conclusões do engenheiro.

As vítimas – viúvas, filhos e moradores das casas atingidas – aguardam, até hoje, nove anos depois, pela justa indenização devida pela empresa aérea, que interpõe infindáveis recursos para postergar o pagamento das mesmas, mesmo já condenada em duas instâncias à pagá-la.

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O Fokker 100

As ruínas deixadas pela queda do avião

 

Leia a História Real do Acidente do Vôo 402 da TAM, com matérias e fotos,

CLICANDO AQUI

 


O Assassinato do jornalista Wladimir Herzog


Jorge Tadeu da Silva

Nascido em Osijsk, Iugoslávia, o jornalista, professor da Universidade de São Paulo e teatrólogo  Wladimir Herzog, foi uma das inúmeras vítimas da cruel ditadura militar brasileira. Acatando intimação feita pelo DOI-CODI/SP para que se apresentasse naquele departamento, Wladimir foi preso no dia 25 de outubro de 1975, acusado por possíveis ligações com o Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Nesse mesmo dia, aos 38 anos, Wladimir morreu em conseqüência das torturas sofridas. Segundo a versão oficial, Herzog teria se enforcado com o cinto do macacão de presidiário que vestia desde sua entrada no DOI/CODI.

Porém, de acordo com os testemunhos de Jorge Benigno Jathay Duque Estrada e Leandro Konder, jornalistas presos na mesma época no DOI/CODI, Wladimir foi assassinado sob torturas. Tanto Leandro quanto Duque Estrada foram acareados com Wladimir, permanecendo logo após, próximos à sala onde ele se encontrava para interrogatório, e de onde ouviram com nitidez que Wladimir estava sendo torturado.

A morte por suicídio é também desmentida pelas próprias contradições existentes nos depoimentos dos médicos legistas Harry Shibata, Arildo de Toledo Viana e Armando Canger Rodrigues, prestados na ação judicial movida pela família. Esta ação terminou por responsabilizar a União pela prisão, tortura e morte de Wladimir Herzog.

Ficou provado, insofismavelmente por fotos publicadas no fotos do jornal Correio Brasiliense, que o jornalista Wladimir Herzog, antes de ser assassinado no Doi-Codi, em São Paulo, localizado na Rua Tutóia, foi humilhado de todas as maneiras. Elas mostram Wladimir Herzog nu, sentado em um estrado de catre em cela imunda do Doi-Codi. São três fotos que foram entregue pelo ex-cabo do Exército José Alves Firmino à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Elas registram o sofrimento de Herzog.

Muita gente não sabe o que foi a ditadura militar. Não sabe o que passaram milhões de brasileiros para liquidar com aquele período de falta de liberdade, de opressão, de total ausência de garantias individuais e sociais. A grande maioria, hoje, não sabe o que é viver em um regime em que falta a liberdade, a democracia.


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Fatos  históricos relatados anteriormente

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                     SETEMBRO - Os dois 11 de setembro
                     AGOSTO - 24 de Agosto de 1.954: Getúlio Vargas suicida-se
                     AGOSTO - Berlim amanhece dividida por muro  
                     JULHO - Há 60 anos era detonada a primeira bomba atômica

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Pesquisa: Jorge Tadeu da Silva - Setembro / 2005

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